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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Bem-vindo a Cuba

Conforme comentei em minha última postagem, sobre as “sutilezas do preconceito”, ando triste e preocupado com a violência que tem se propagado pelo mundo, principalmente em nosso país, a qual se encontra em altos índices e engloba as mais distintas áreas.

Agora há pouco, recebi um e-mail de um amigo pedindo que eu assistisse a um vídeo e tirasse minhas próprias conclusões. Resultado, assisti e não gostei do que vi e ouvi, por isso a postagem.

Não se trata de campanha política (sou apartidário), mas não compreendo muito bem algumas formas de pensamento e fiquei chocado porque, a princípio, tinha um melhor conceito da pessoa em questão, Marilena Chauí, a quem, infelizmente, me cabe discordar radicalmente apesar de respeitar os significativos estudos e o reconhecimento acadêmico que possui em sua área (não compartilhei da maconha marxista uspiana).

Trata-se do ódio que esta declara à classe média. Então, quem não viu, primeiramente, assista ao vídeo e “Acredite se Quiser”.


O que temos aqui expresso vai além de conceito filosófico, ideologia ou seja lá o que for, mas “ódio” e isso nos leva a mais divergência e questionamentos, mais instigação de luta e divisão entre brasileiros. É rancor, sentimento que afasta, que gera confronto, luta armada, violência.

Porém, o que não consigo entender é o tal conceito de “classe média” a que ela se refere, talvez eu seja burro demais e a Marilena inteligente em excesso. Assumo que minhas duas faculdades, uma pós, alguns prêmios literários e muita leitura (tudo por conta própria) nem chega perto do conhecimento adquirido por essa senhora ao longo dos anos de estudo e pesquisa (bancados pelo Estado), além da posição honrosa que ela ocupa dentro do PT. Assumo que mal arranho o grau de conhecimento dessa pessoa.

Para que o conceito de classe média não se transforme em mera figura de retórica cuja definição varie de acordo com o interesse do momento (*), vou me basear numa pesquisa realizada em 2014, do livro “Estratificação Socioeconômica e Consumo no Brasil”, escrito pelos professores Wagner A. Kamakura (Rice University) e José Afonso Mazzon (FEA-USP), a divisão de classe média (em RENDA MÉDIA FAMILIAR) é a seguinte:

Baixa classe média:  R$ 2.674,00
Média classe média: R$ 4.681,00
Alta classe média:    R$ 9.897,00

Quanto à legitimidade dos números, acesse:


Portanto, a Marilena Chauí literalmente odeia todos os brasileiros que tem renda familiar entre R$ 2.674,00 e R$ 9.897,00. Ela somente ama aqueles que ganham abaixo disso (pobre, vulnerável e extremamente pobre) (que somente esses são “trabalhadores”) e ama (mais ainda) os que ganham acima disso (baixa classe alta e alta classe alta).

Se você assistiu ao vídeo, todos ali na mesa são classe alta (renda familiar acima dos R$ 9.897,00) e muito me admira um ex-presidente do país ainda aplaudir uma declaração dessas. E, ao fundo, um cartaz “pós-neoliberais do Brasil: Lula e Dilma”. Honestamente, é chocante.

Portanto, segundo esse pensamento, de acordo com a política do PT, vamos ter nos próximos anos de governo (caso a Dilma se reeleja) a seguinte estratificação social: trabalhadores (com RENDA FAMILIAR abaixo de R$ 2.674,00) e pertencentes ao partido (que aí sim, ganharão mais de R$ 9.987,00). Em minha opinião, existe a tendência de se instalar uma ditadura de esquerda no país. Vide o link abaixo:


Portanto, caso sua renda familiar esteja acima de R$ 2.674,00 comece desde já a se esforçar para trabalhar e ganhar menos, reduza seus esforços para melhorar de vida (seja apenas UM TRABALHADOR), e comece a pedir auxílio financeiro ao governo ou, melhor, filie-se ao partido que, assim, poderá melhorar a sua renda. E se tiver um segundo imóvel, venda logo antes que dele se apropriem.

Seja bem-vindo, amigo, a Cuba ou, se preferir, à neo-Venezuela.


(*) Uma amiga petista, que tinha patrimônio e renda maior do que a minha, se considerava do proletariado e eu da "elite", apenas porque eu não votava na hipócrita da candidata dela e morava "perto da praia" (e ela tinha carro zero enquanto eu andava de ônibus). Outra petista, que tinha inclusive uma pequena empresa, de acordo com sua conveniência, me considerou "fascista higienizador" porque a contestei dizendo não querer drogado-cachaceiro flanelinha acharcando quem estaciona em via pública tampouco fazendo suas necessidades em vias públicas, junto à porta de minha casa. Segundo ela, eles tem o direito de ficar onde quiserem; acharcar quem quiserem; beber e fumar o que quiserem, assim como cagarem na porta de quem quiserem. Viva o Brasil...

Em tempo: fico feliz que não somente eu, mas outras pessoas, inclusive programas de tevê, como da Cultura, questionaram seriamente o equívoco histórico dessa senhora.

sábado, 15 de março de 2014

As sutilezas do preconceito

Provavelmente, do mesmo modo que o leitor, também considero essa história do politicamente correto “um porre”. Por causa dela, muitas vezes, acaba-se “perdendo a piada”, a graça do momento. Porém, a violência em nossa sociedade está em patamar tão elevado que, preocupado, me leva a escrever este artigo.

Mas o que tem a ver uma coisa com a outra?


É que tenho assistido, na maioria das vezes revidado, a algumas brincadeiras feitas por amigos cultos que, acredito, sem terem pensado um pouco mais no tema, acabam fazendo postagens de “gozação”, principalmente pelo Facebook, e, talvez, a principal delas é chamar os sãopaulinos de bambi. Tenho revidado, não pelo fato de ser torcedor desse clube, não por considerar que isso me ofende pessoalmente (tenho minha sexualidade muito bem resolvida) ou ao grupo de torcedores, mas por considerar que se trata de gesto que, socialmente, alimenta discórdias e violência. Explico.

Toda forma de estigmatizar é reduzir o indivíduo a integrante de determinado grupo e, a partir daí, pelos mais diversos motivos, justificar a agressão contra um ou outro. Homossexuais, mulheres, negros, nordestinos, torcedores de clube, têm sido agredidos diariamente por esse mesmo princípio: esquece-se sua condição de humano, de indivíduo sujeito a sua condição de nascença e/ou livre arbítrio e começa este a ser considerado apenas como integrante de indesejável grupo, com defeitos congênitos, portanto, dentro dessa forma de pensar, devem ser eliminados.


Então, consideramos “brincadeirinhas” mais estamos alimentando (e estamos em 2014) esses mesmos estigmas arcaicos e preconceituosos no inconsciente coletivo de uma sociedade já hipócrita por natureza (a brasileira). Como exemplo, tomemos os casos recentes contra os jogadores negros chamados por “macaco”. Ora bolas, então, vamos justificar como “brincadeirinha”, ou então, que “que mal tem nisso?”. Mas são nesses pequenos detalhes que mora o perigo.

Portanto, reduz-se o negro a “macaco”, a um animal, logo, sujeito à violência, à agressão, a lhe ser negado um emprego ainda que o candidato mais qualificado etc. e etc. O mesmo raciocínio ao se considerar todo homossexual como sãopaulino-bambi (assim justifico minha agressão contra esse grupo). Quanto mais reduzo, mais facilmente me agrupo, identifico e ataco. 

Além de ser crime, todo aquele que chama um negro de “macaco”, ainda que seja efetivamente branco, esquece-se de que, segundo Darwin, todos somos descendentes de macacos e, com certeza, este energúmeno está muito mais próximo do “macaco” do que aquele a quem ele se dirige.


Homossexuais são homens livres que torcem pelo time que quiserem, têm livre arbítrio. Por favor, não os reduza a objetos, à sua preferência sexual, não os condicione a este ou aquele time, não os discrimine, ainda que de forma despretensiosa, “foi apenas uma brincadeirinha”. Por favor, não ajude a alimentar a discórdia e a violência contra esses grupos considerados minoritários.

Era a minha mensagem para hoje e, por favor, pense um pouco mais sobre o assunto.




quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Carta a Bety Calligaris

Querida Bety:
            
Como você bem sabe, não consegui nenhuma espécie de transferência naquele meu trabalho com a analista de cá e, assim, confesso certa decepção com tal sistema de tratamento, lembrando que conversar contigo sempre foi — e continuará sendo — minha melhor terapia. Porém, escrevo-te hoje para lhe contar algo que me deixou perplexo, e somente quem tem bom conhecimento de minha pessoa, independente da psicanálise, pode entender o ocorrido.
            
Fui trocar aqueles livros que ganhei de presente da Tia, pois é difícil mesmo saber que não gosto de romances traduzidos, salvo raríssimas exceções. E a livraria estava lotada, cheia, fila absurdamente grande como nunca vi. Também, estranhamente falando, fui atendido rápido e por uma vendedora muito simpática. Bom, carta de crédito na mão, saí a procurar um livro de meu interesse e, aí assim, começa o inusitado da experiência.
            
Querida Bety, você bem me conhece e já me viu no passado numa dessas livrarias e sabe o quanto eu parecia uma criança numa loja de brinquedos. Contudo, fiquei por cerca de duas horas e entendi porque a livraria estava lotada: não consegui encontrar um livro só que me agradasse para efetuar a troca, ainda que eu disposto a pagar significativa diferença.


A literatura foi dominada pela mais completa banalidade, histórias de leitura fácil, rápida e um monte de seres imaginários. No setor de música, quase nada, paupérrimo. Acredite se quiser, rodei todas as estantes da livraria de três a quatro vezes, e não encontrei um livro sequer do meu agrado, em nenhum dos segmentos.
             
Ainda mesmo na área técnica, nada. Para dizer a verdade, o único que me interessou (lembranças da minha época do Liceu) foi o Prática das Pequenas Construções que foi revisto e atualizado. Porém, agora, são dois volumes e o primeiro deles encontra-se num valor alto, em minha opinião, para a quantidade de páginas: R$ 109,00.
         
Roda e roda, comecei a entrar em desespero, e apelei: mesmo contra meus atuais princípios, fui para o setor de literatura nacional. E, por mais que procurasse, não achei na estante nenhum livro do Guimarães Rosa ou do João Antônio. E dá-lhe livro de auto-ajuda, Ana Maria Braga, e por aí vai. Também, não encontrei nenhum destaque de autores nacionais mais recentes, como o Marçal Aquino ou o Mirisola (tem de ir na Livraria Realejo mesmo).
            
Quase desistindo, pensando em ir embora sem efetuar a troca ou doar meu cupom de reembolso para terceiros, eis que me deparo com o livro do Pondé, Contra um Mundo Melhor.

Clique para ampliar
            
Lembro-me de que você não gosta muito do Pondé, que ele vai por outra linha, ou algo assim, porém, é um livro de desesperança, que mostra que a vida não tem sentido e, portanto, a sociedade não tem mesmo solução.  Bety querida, ironicamente, foi a minha salvação para a troca do livro, pelo menos consegui encontrar algum autor que pensa, que avalia a sociedade contemporânea e critica o mundo em que vivemos. E, como o Hardy Har Har, não nos deixa nenhum resíduo de esperança.

           
Do lado de fora do ar-condicionado, os mendigos continuavam tomando conta da rua, dormindo ao lado de mochilas e baldes plásticos, estendendo aos transeuntes seus pés encardidos. Em pleno Gonzaga, outro dormia sem camisa, esticado na murada do shopping onde, logo após o pequeno jardim, três jovens rodavam “na boa” um baseado. Em outro ponto do trajeto, na presença dos pais, crianças subiam em monumentos públicos como parque de diversão fosse. E eu preciso tomar cuidado para não jogar um papelzinho de bala no chão ou a prefeitura me multa.
            
Chegando em casa, o bar daqui de baixo continua ocupando o espaço da calçada,  e também o meio-fio, sendo eu obrigado a caminhar pela faixa de rolamento. Do lado oposto, outro vagabundo drogado flanelinha continua sentado em sua cadeira de plástico e se alimentando com prato de vidro e garfo em pleno espaço público, deixando os restos na calçada, caso contrário perde a chance de achacar o motorista que tenta estacionar.
            
E o turista descarrega de seu carro 15 packs de cerveja para passar do dia de hoje até o a virada do ano, porque aqui na praia “vai ser o maior barato”.

        
O Genoíno e o José Dirceu vão continuar se dizendo inocentes e sentindo-se heróis injustiçados, enquanto o Lula vão continuar afirmando que não sabia de nada. A Dilma vai ser reeleita em 2014 e os governantes vão continuar alimentando essa miséria toda, dando uma série de benefícios ao povo carente. Teremos Copa do Mundo e Olimpíadas. E, de fato, vão continuar no poder por tempo indeterminado.


Querida Bety, somente agora entendi a minha mensagem do final do ano passado. Na realidade, os maias estavam certos: o mundo acabou mesmo em 12/12/12. Apenas se esqueceram de nos deixar avisados.

E dá-lhe pandeirinho...

Feliz Ano Novo.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Ajuda social ou fascismo higienizador?

Algumas cidades do litoral, além dos tradicionais turistas, costumam receber um grande contingente de moradores de rua vindo de outras regiões.

Como pode ser rapidamente descoberto, a maioria esmagadora desses pedintes, sem-teto, chegou a esse estado por toxicodependência, alcoolismo ou problemas de natureza psiquiátrica. O estado de dependência química e moral dessas pessoas é tal que, por si só, dificilmente encontram forças de reação para saírem dessa situação que, sinceramente, considero muito estranho qualquer pessoa intelectual ou filosoficamente ativa possa considerar como escolha pessoal.


Ainda hoje, dei atendimento a um deles, um ex-diretor de empresa que, devido ao alcoolismo, chegou a essa situação de morador de rua, e saiu perambulando por aí. Perguntado, disse ser natural de Balneário Camboriu, Santa Catarina, e optou em morar na cidade de Santos porque, quando na ativa, veio fazer um trabalho aqui na cidade e gostou. Também, nesta cidade encontrou o auxílio-social que não encontra em sua cidade natal, e, por aqui, aos poucos, pretende retomar a vida.

No geral, a cidade oferece um aparato social de atendimento que, se não é perfeito, pelo menos, tem servido de modelo para outros municípios. E me orgulho de fazer parte de um deles, a Defensoria Pública da União — DPU, onde damos assistência jurídica a pessoas hipossuficientes. Portanto, é com contentamento que digo participar ativamente em conseguir juridicamente alguma ajuda financeira a essas pessoas por meio dos instrumentos legais existentes.


Há menos de duas semanas, um artigo do amigo e médico psiquiatra Thiago Fidalgo, coordenador de importante programa para dependentes químicos (PROAD/UNIFESP), publicado na Folha de São Paulo, de forma técnica, por meio de pesquisas da Fiocruz, divulgou que 80% dos dependentes de crack  desejam tratamento, mas somente 20% conseguem ter acesso ao sistema de saúde, e por aí vai. E da necessidade da forte intervenção do Estado em alimentação, moradia ou de alguém para simplesmente ajudar a tirar de novo os documentos perdidos. No caso de meu trabalho, a Defensoria da União auxilia nas questões jurídicas de BPC-LOAS, auxílio-doença ou aposentadoria, além de encaminhamento para outros órgãos públicos.


O que me incomoda, porém, e que me levou a escrever esse artigo?

É caso parecido ao que ocorre em Santos está acontecendo em Canasvieiras, uma praia de Florianópolis, e parte da população saiu às ruas exigindo providências dos órgãos públicos municipais, estaduais e ou federais, para a solução do problema.

E estão sendo tachados de fascistas, que desejam a “limpeza social” (!). São ameaçados fisicamente e universitários distribuem panfletos pró-moradores de rua (!).

Foto da manifestação, clique para ampliar

É óbvio que ninguém está querendo acabar com a pobreza querendo acabar com os pobres, como queria o Justo Veríssimo, personagem político clássico de Chico Anísio; mas sim atuação dos poderes públicos para minimização do problema. Basta assistir ao vídeo da mesa-redonda promovida na região e rapidamente isso fica bem claro. Então, de novo, por que fascismo higienizador?


Poderia ficar aqui elencando um grande número de inconvenientes e problemas trazidos por essas invasões de moradores de rua, porém, desnecessário me estender nisso. Prefiro expressar meu estranhamento quanto a considerar fascismo o fato de querer atuação dos poderes públicos em grave problema social. Um resquício, talvez, do pensamento da Sociedade Alternativa, de Raul Seixas, onde qualquer homem tem o direito de viver como quiser e morrer como quiser, como se você pudesse estacionar o seu veículo em local público, ligar um conjunto diabólico de caixas acústicas e promover bailes funks, como fazem, sem que os moradores do local possam reclamar de algo, porque “cada um tem o direito de fazer o que quiser de sua vida” (!).

Ou partem do pensamento de uma esquerda tendenciosa que tem interesse em se alimentar dessa miséria toda, e que não consigo abarcar? (lembrando de que familiares meus estiveram na fundação dos movimentos anarquistas e comunistas no Brasil, tendo sido o pensamento de minha família pautado nesta tônica ao longo dos anos).

Ajuda social, fascismo higienizador ou o quê?

Deixo ao cargo do leitor a resposta. 


terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Rio de Janeiro e a Ilha da Fantasia

Olá, amigos, hoje a postagem vai ser curta e grossa.

Vi no noticiário de hoje que foi implantado pela  prefeitura do Rio de Janeiro o programa Lixo Zero, que aplicará multas de R$ 157,00 a R$ 3.000,00 a quem estiver jogando lixo na rua, independentemente do que seja, todo o "latão", uma bituca ou um papel de bala.


Eu sou sempre a favor de educação de trânsito, dos procedimentos de urbanidade para se viver nessas grandes metrópoles, porém, mais uma vez, quem vai ser penalizado será apenas o cidadão pacífico, com documento que, ao ser abordado por um agente da Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) se identificar e, pacificamente, permitir que seja lavrado um auto.

E, caso não haja pagamento: dívida ativa, ou seja, haverá cobrança judicial, sujeito a humilhação, bloqueio de conta, penhora etc.


Então, eu pergunto: E TODOS OS ATOS DE VANDALISMO QUE ESTÃO OCORRENDO NO RIO DE JANEIRO SEM PUNIÇÃO?

E todo o patrimônio público e privado que está sendo depredado?


Mais uma vez, vou pingar meu colírio alucinógeno porque ou eu estou necessitando tratamento OU OS GOVERNANTES DESTE PAÍS CONTINUAM VIVENDO NA ILHA DA FANTASIA.


É assim que vai ficar o Rio a partir de agora (20/08/13) com o tal Lixo Zero, tudo limpo e esterilizado.

Era só isso mesmo pra hoje. Abraço aos amigos.

domingo, 26 de maio de 2013

Landscape Predator 20 TriEfx

Ocorre o seguinte, quando sou mal atendido, boto a boca no mundo, como fiz recentemente com a fábrica de instrumentos Walczak (caso na Justiça Estadual); então, nada mais justo, quando me agrado de uma empresa, ou de um produto, de ser fiel a meus princípios e falar bem deles.

Ando estudando um pouco de escalas pentatônicas e, para tanto, comecei a usar as minhas guitarras. Como moro em apartamento, precisava de um amplificador que, para meus interesses, reunisse as seguintes características: a) fosse pequeno, voltado para estudos; b) tivesse saída para fone de ouvido e, principalmente; c) fosse bivolt; pois moro em Santos e a voltagem é 220V, todavia, é comum eu ir para São Paulo ou lugares com voltagem 110V. E nada desse negócio de ligar guitarra em computador para simular amplificador, gosto mesmo é de plug, botão etc., a música mais próxima do real mesmo.

Resumindo, depois de muita pesquisa e tendo de descartar a quase totalidade dos importados (pela voltagem ser apenas 110V) acabei optando por um amplificador nacional, da Landscape, e comprando em um das minhas lojas prediletas pela internet: a Playtech.

Bom, depois de muita pesquisa (quem me conhece sabe como sou chato, já fui comprador do varejo), optei pelo amplificador citado e com o ótimo atendimento e, neste caso, as boas condições da Playtech.


Disparado, o melhor custo-benefício do mercado nessa faixa de produto. Aparelho bem acabado; 20W; segura ensaios e até aquelas apresentações em lugares pequenos; saída para fone de ouvido; bivolt e som muito limpo, muito "clean" mesmo, do jeito que eu gosto. E, para agregar ainda mais valor, vem com o TriEfx, ou seja, com os efeitos de um dos pedais que a fábrica produz: distorção, chorus e delay.

Na realidade, era tudo o que eu precisava, e ainda um pouco mais: os efeitos. Eu não uso distorção, é muito raro, porém, pesquisei comentários pela internet e os roqueiros de plantão falaram muito bem da distorção do aparelho.

Contudo, de fato escrevo esse artigo pelo seguinte: o aparelho vem com pedal de footswitch para a distorção e, no produto, a Landscape incluiu uma fita de velcro na parte traseira do amplificador, onde ele vem armazenado e, também, você pode usá-la para guardar ou transportar o footswitch. Ocorre que, por um descuido de quem o travou junto à caixa, ou por um desses fortes solavancos das ruas do nosso Brasil varonil, o pedal escapou durante o transporte, e, como é de metal, chegou grudado junto ao imã do falante, e deu uma ralada bem na etiqueta frontal do footswitch. Vejam a parte de trás do aparelho:


Aí entra algo que quando dava treinamento para equipes de vendas eu sempre me batia: VOCÊ CONHECE UMA EMPRESA NÃO NO MOMENTO DA COMPRA, MAS QUANDO APARECE UM PROBLEMA. É aí que você efetivamente ganha ou perde o cliente.

Enviei e-mail para a Landscape pedindo a etiqueta. Deram retorno imediato quanto à minha mensagem e que esta seria passada ao setor responsável. Para minha surpresa, em cerca de três dias, recebi pelos Correios a etiqueta nova do pedal e, junto da embalagem, um camiseta da Lanscape feita com ótimo tecido, ou seja, uma camiseta decente, como a marca busca se posicionar no mercado.

Então é o seguinte: sei que é difícil agradar gregos e troianos e, decerto, alguém pode até entrar aqui nos comentários e falar mal da marca, que teve esse ou outro problema, porém, para mim, COMPREI, ADOREI O PRODUTO E A SERIEDADE DA EMPRESA, portanto, recomendo.

Pelo que se percebe, é empresa que está buscando qualidade e eficiência, e isso eu admiro muito. Penso que as fábricas nacionais de guitarras também deveriam seguir o mesmo exemplo: ter um olho aqui e outro olho lá fora, ou seja, no câmbio que está o dólar e com os altos impostos de importação, será mesmo que não dá para produzir aqui no país produtos de qualidade e com bom custo-benefício?

A Landscape Áudio, pelo que pude avaliar, está respondendo que sim quanto aos amplificadores. Quem quiser ver os vídeos desse produto, a seguir, deixo o link:


Parabéns ao fabricante e à Playtech, lembrando de que não tenho vínculo comercial com nenhum deles, sou apenas um daqueles consumidores chatos que critica quando querem lhe fazer de bobo e que elogia quando acredita que merecem.

É isso aí, até a próxima postagem, e prometo que assim que der falo de compras de instrumentos musicais pela internet, as oportunidades e os riscos, assim como as lojas com quem tive boas experiências, assim como aquelas que buscam induzir o consumidor ao erro.



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Grandes eventos, grandes tragédias

Hoje vou meter a mão em cumbuca alheia, falar de assuntos que não são do meu domínio profissional, porém, que tem me levado, assim como a número considerável de brasileiros (acredito), à preocupante questão da segurança em grandes eventos, os quais tanto eu, você, quanto nossos familiares e amigos frequentam.

Tudo começou com minha ida para São Paulo a fim de passar o carnaval em casa de minha namorada. Apesar de não ser apreciador dos desfiles do Rio, o que não via há anos, como ela gosta, ficamos os dois assistindo, na madrugada, até que o sono me dominasse, lá por volta das 1h30.

O que mais me impressionou, de diferente, foi o tamanho assustador que tomaram os carros alegóricos. Distante do carnaval há um certo tempo, fiquei surpreso com a extensão, altura e largura dos carros alegóricos o que acarreta, em opinião de leigo, até prejuízo para o sambista de avenida, porém, tudo hoje é competição e as escolas optam pelo que pode "trazer mais pontos". Aliás, faz tempo que as escolas viraram grandes negócios, espetáculos televisivos.


Porém, pelo pouco a que assisti, presenciei início de incêndio em dois carros alegóricos, uma pessoa que desmaiou em um deles e bombeiros que tiveram de resgatar, carros que se chocaram com árvores, postes e passarelas, além de dois destaques que caíram de seu veículo, um antes do início e outro na dispersão, pelo que entendi.

Quem tiver curiosidade, acesse os links aí embaixo:

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/carnaval/2013/noticia/2013/02/unidos-da-tijuca-enfrenta-problemas-durante-desfile-na-sapucai.html

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/carnaval/2013/noticia/2013/02/destaque-tem-contusao-no-joelho-apos-cair-de-alegoria-da-portela.html



Fiquei com a certeza de que assistia a um espetáculo que, a qualquer momento, poderia se converter em tragédia. E pior, logo pela terça de manhã, fui avisado de que quatro pessoas morreram e seis ficaram feridas em carro alegórico ao tocar fios de alta tensão, havendo descarga elétrica e incêndio neste carro. Ainda por cima, na cidade onde moro: Santos.


Recentemente, foi adiado, e em muito esvaziado, o lançamento do evento 500 Dias da Copa devido a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, cujas datas praticamente coincidiam. E quando lançam o evento, passado um ou dois dias, a avalanche gremista derruba o alambrado da nova Arena Grêmio e, por pouco, não causa nova tragédia no Rio Grande do Sul (isso porque o clube deixou a geral já "apropriada" para a tal avalanche).


Poderia postar aqui mais uma série de fatos inexplicáveis, como os problemas na reinauguração do Mineirão etc., porém, creio que o incêndio da boate Kiss e o absurdo número de mortos, a maioria jovens universitários, deixa claro que não dá mais para existir o "jeitinho brasileiro" em questões de segurança. Vide a quantidade de estabelecimentos noturnos que foram interditados após o incêndio na boate Kiss, e isso apenas porque, devido à comoção nacional, houve efetiva fiscalização (e não quebra-galho, jeitinho).

Iria colocar uma foto com os corpos carbonizados, contudo, como eu mesmo achei-a por demais mórbida, posto apenas a foto do local após o incêndio, onde ocorreu a morte de 239 pessoas (até o momento), e cada um imagina o inferno em vida que foi aquilo.

Clique para ampliar

Próximo de Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, pergunto: ESTAMOS REALMENTE PREPARADOS EM QUESTÃO DE SEGURANÇA PARA GRANDES EVENTOS? Ou continuarão a prevalecer os interesses econômicos de uma minoria, colocando nossas vidas em risco?

Deixo a questão em aberto para quem souber, ou puder, responder. E espero não seja esta uma postagem visionária.


domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz Ano Novo

Estamos próximos de mais um ano: algo se finaliza, algo se inicia.

Para a minha surpresa, o mundo não acabou, nem em 12/12/12 tampouco em 21/12/12. As profecias e os calendários maias erraram, a menos que o mundo acabe entre este domingo à tarde e a noite de terça-feira (o que não acredito mais que aconteça).


Todo final de ano é época de reflexão, quando costumamos avaliar quais dos nossos projetos foram efetivamente realizados e quais deixamos de lado ou, se preferir, quais morreram ou quais foram postergados no meio do caminho.

Poderia fazer uma retrospectiva de 2012, porém, assisti a feita pelo Globo e o amigo do blog que tiver interesse, acredito, ganha mais buscando o programa pelo YouTube.

Porém, como meu blog tem um caráter pessoal (afinal está em meu próprio nome) decidi escrever alguns pensamentos que me permearam à mente em minha reflexão de final de ano. 

Óbvio que num tudo pode ser revelado, porém, aqui vão os tópicos mais importantes, na ordem em que aconteceram.

Primeiro, descobri que o Facebook é muito chato. Também, que as pessoas estão mostrando cada vez mais sua vida particular como fosse pública, ou seja, em outras palavras, mudou-se o conceito de tínhamos daquilo que é particular ou público. E isso muda muito a relação que tínhamos com o mundo, pelo menos nós, os mais antigos, que já passaram da faixa dos 50.


Continuo apaixonado pela mesma mulher, continuamos nos amando e nos apoiando. Como funciona? Construa uma história de vida e um amor que seja incondicional (o que é deveras difícil nos dias de hoje). Quem quiser saber mais sobre o amor, leia neste mesmo blog o artigo Sobre o Amor e o Amar.

Grandes perdas exigem grandes lutos. Foi e está sendo o caso com a literatura. Mais de doze anos de fortes estudos, três anos de escrita para um único livro e, literalmente, jogados na lata do lixo. Quem ler (ou conseguir ler) em Bala com Bala, no primeiro parágrafo da página 161 (cuja numeração dos capítulos foi tirada pela editora), temos “Tudo o que me interessa é a literatura”. Daí, pode-se ver o tamanho da perda, e o meu afastamento do meio artístico em geral. 


Mas isso já gerou outro artigo no blog: “Auld Lang Syne” ou, se preferir “Farewell Waltz”, que foi, com certeza, o artigo mais doído do ano de se escrever.

Como curiosidade (e é verdadeiro), ainda não consegui ler meu romance na publicação da editora. Tentei por cinco vezes e desisti, é impossível a leitura, pior do que a de um desses livrinhos da Sabrina, muito pior. Sem contar outros problemas (deixa quieto).

Continuo de luto, me recuperando. Abandonei meu segundo romance, que se chamaria Entre homens e anjos.

Ainda nesta semana, fechei minha programação para 2013 e muito do que está a ser feito partiu de conversas descontraídas na noite de Natal e no dia seguinte, na cozinha de minha namorada, com pessoas extremamente inteligentes. E aqui deixo como reflexão para os poucos que, certamente, irão fuçar esta postagem no meu blog.


Por questões emocionais, não se agarre àquilo que está dando errado. É difícil saber o ponto, mas tentar salvar alguém (ou algo) que se afoga é alto risco, pois provavelmente irá se afogar junto.

Tente, invente, faça um 2013 diferente (aproveitando o antigo mote da Globo). Renovação é importante ou, em outras palavras, não seja ou não aceite águas estagnadas em sua vida. Minha musa nesse sentido foi a amiga Leila, que deu uma virada de mesa total, inclusive, mudando-se de Santos para Belo Horizonte. Em busca de renovação, oportunidades. Parabéns, Leila, pela coragem.

Pessoas vitoriosas são extremamente dedicadas a seu trabalho. Não tem jeito: do couro sai a correia. Harmonia é importante, condição econômica boa para a família é importante, não se deve ter “vergonha” de buscar melhoras econômicas em sua vida. É legítimo e justo (inclusive rendimento com a Arte).

Origami + Dinheiro = MoneyGami

Cada um de nós faz escolhas. O resultado será o esperado? Provavelmente não, porém, se serão bons ou ruins é difícil dizer, somente se saberá “fazendo”. 

Faça e entregue ao Universo, que se encarrega do resultado. Quando algo vai deslanchar, geralmente dá sinais logo de início, portanto, não se prenda excessivamente ao passado e a fatores emocionais. Mais uma vez, não seja água estagnada. Não deu certo: mude.

Família é importante, ética é importante, amizades são importantes.

Portanto, obrigado 2012; porém, que seja bem-vindo o ano novo. A todos os amigos (ainda que eu ausente): saúde, paz e prosperidade.

Até os maias erraram em suas previsões. Portanto, finalizo com a palavra de ordem: RENOVE, construa um mundo diferente.


Receba o ano novo de braços abertos.

Seja bem-vindo, 2013.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Walczak vende, mas não entrega

Há alguns anos, encontrei um instrumento aqui numa das lojas de Santos que me agradou bastante. Tratava-se de um violão maciço como um corpo de guitarra e com cordas de nylon: o violão Discovery, da Walczak. Conhecia um similar, feito por luthier americano, porém, não sabia que alguém por aqui o fabricasse. Apenas não fechei a compra de imediato porque desconhecia a marca e optei em conhecer um pouco mais do fabricante, e o fiz pela internet.


Na época, pelo que me recordo, o site era bastante básico, sem muitos atrativos e, em fóruns voltados para discussões de música, havia sérias restrições quanto a uma outra marca que, segundo entendi, deu origem à Walczak, e os problemas, pelo que comentavam, concentravam-se mais na parte administrativa do que na parte técnica, ou seja, os instrumentos eram bem construídos, mas todo o restante que envolvia o administrativo e pós-venda (como assistência técnica, por exemplo) era um caos.

Àquela época, optei em arriscar, pois somente havia como original o modelo importado de luthier. Porém, quando retornei à loja, cerca de uma semana depois, cadê o produto? Falei com o vendedor e ele, discretamente, comentou que a marca estava dando problema e optaram em não mais vender produtos daquele fabricante. Realmente, nunca mais encontrei Walczak nessa loja.

Em setembro deste ano, fuçando nos sites de fabricantes de guitarra, eis que encontro um excelente site da Walczak, de fácil navegação, boas fotos e, para minha surpresa, COM VENDA DIRETA AO CONSUMIDOR e, acima de tudo, opções de produtos em Custom Shop. Depois de bem avaliar, motivado pelos vídeos do Sr. Leandro Walczak, optei em comprar primeiro o tal  Discovery (normal, de linha) e, acabando de pagar esse, fazer uma GT-500 (Telecaster) customizada, cujo projeto encontra-se pronto e arquivado.

Leandro Walczak, o dono da marca

Fechei o pedido por e-mail e confirmei por telefonema do Sr. Alessandro, de vendas. Pensava em pagar á vista, porém, por sorte, optei em fazê-lo em seis vezes, pois o que seria uma alegria está se tornando um pesadelo. Conforme orientado pela Viviane do financeiro, fiz o depósito da primeira parcela dia 17/10/12 e recebi um Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica (DANFE) confirmando minha compra nesta mesma data.

O pessoal de vendas havia me informado, e consta em e-mail, de que a entrega que seria em 18 dias úteis, porém, poderiam demorar uns dias a mais, pois estavam com problemas de liberação de componentes importados. Comentei que estaria de férias de 05 a 14/11 e poderiam deixar a entregar programada entre essas datas, que, em vez de transportadora, eu mesmo pegaria o instrumento junto à fábrica. Nesse ínterim, deram uma posição que teriam  liberados os componentes e que aguardasse posição de entrega.

Para encurtar a história: hoje é 20/12/12, ou seja, mais de 60 dias do pedido feito, 52% do valor pago e NADA DO MEU VIOLÃO. Telefono, pedem para deixar recado, anotam o número do meu telefone e não retornam. A equipe de vendas? Sumiu. Não respondem e-mail e, pior, quase nem atendem o telefone  porque, com certeza, não sou o único a ligar reclamando.

E ainda jogam o rojão para uma moça que, segundo ela, "é responsável pelas entregas", me disse QUE SOMENTE VÃO ME ENTREGAR O VIOLÃO EM JANEIRO, ou seja, com 90 dias de pedido e 68% do produto pago (e será mesmo que vão entregar?).


O mais irônico é que, segundo a Sra. Viviane, do financeiro, os títulos "são negociados com empresas que fazem parte do nosso grupo" e o boleto de cobrança em nome de Leon Goldberg (factoring puro) avisa para "PROTESTAR APÓS 05 DIAS ÚTEIS DO VENCIMENTO", além de multa e juros. Outras empresas, como a Cássia Confecções Ltda - ME, também fazem parte do grupo.

Honestamente, nem mais sei se quero o tal Discovery, porém, cancelar a venda significa não ver meu dinheiro de volta e ter problemas com o Sr. Leon Goldberg com quem, juro por tudo o que é sagrado, não negociei nada. Já vivi outra situação similar no passado, com uma fabricante de móveis em São Caetano, e que acabou na Justiça, o que acredito será o destino da minha aventura Walczak, porque não acredito nem mais que vão me entregar o produto, a confiança no fabricante agora é zero.

Em suma: estão vendendo, fazendo factoring, ou seja, negociando os títulos dos consumidores otários e tentando "empurrar as entregas com a barriga", o que é um alto risco de administração.

Portanto, vai aí meu alerta para o consumidor que pesquisa produtos e fabricantes pela internet: fiquem espertos com as compras diretas pelo site Walczak: as coisas por lá, continuam como eram antes, quando ainda outra marca (pelo que li nos fóruns).

E, no site, uma beleza, continuam vendendo normalmente. Aumentaram os prazos e os preços e... factoring no consumidor. Que vão descontar seu título, com certeza; que vão te entregar (?)... bom, isso já é outra história.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

14ª Viola nas Montanhas

Estive neste mês de novembro visitando uma simpática figura lá em São Francisco Xavier (cerca de 50km de São José dos Campos): o Braz da Viola, que me recebeu com sua cordialidade interiorana.


Quem tem algum contato com a verdadeira música de raiz, provavelmente conhece o Braz, pois ele tem uma longa história musical, com gravações de discos solo, grupos instrumentais, montagem de orquestras de violas, farto material didático, apresentações várias, enfim, uma vida dedicada à verdadeira música caipira.

Mais o assunto hoje é mais o encontro que o Braz realiza anualmente lá em SFX, o Viola nas Montanhas, que já se encontra em sua décima quarta edição.

Clique para ampliar

Este curso de férias, que dura uma semana, é limitado a 20 pessoas, atende violeiros de todos os níveis, pois existe distribuição em grupos e explicação bem detalhada, com a didática que o Braz desenvolveu ao longo de todos esses anos. Aliás, quem tiver interesse em material de estudo da viola, consulte o site do Braz, além dos livros normais pelas editoras, o violeiro tem publicações independentes, assim como DVDs, que podem ser adquiridos diretamente com ele (www.brazdaviola.com.br).


Em toda edição do curso existe um violeiro convidado que ensaia com o grupo algumas canções e, quando do encerramento do curso, acontece uma apresentação em algum lugar de destaque da cidade.

Neste ano, as inscrições para a primeira turma (13ª) esgotaram-se rapidamente e, devido à insistência de quem não conseguiu inscrição, o Braz acabou conseguindo organizar uma segunda turma. Aviso: vem violeiro do Brasil inteiro.

O evento, além de um curso, acaba se transformando em um congraçamento da música de raiz. Pelo que me foi explicado pelos donos da Pousada, é viola dia e noite. Após as aulas, as turmas se reúnem ao ar livre, espalham pelo amplo espaço da pousada e "tome" viola e cantoria. Tem um pessoal constante que já formou fortes laços de amizade, e o pessoal novo é sempre bem recebido.


Outra vantagem, que eu achei, é que o violeiro que quiser trazer a família, também pode. Enquanto o violeiro fica nos eventos de aprendizado, a família se diverte na aprazível Pousada São Francisco, que é simples, porém, muito bem organizada e com uma comida que dificilmente o hóspede terá do que reclamar.

Igualmente, a região é pródiga em rios e cachoeiras, havendo um desses riachos que corta a pousada a poucos metros dos chalés, onde se dorme escutando o quebrar das águas nas pedras e se acorda com o cantar dos passarinhos. Para quem gosta de interior, excelente pedida. E melhor, a Pousada se localiza ao lado da principal praça da cidade, portanto, bem no centro de SFX.

O valor do Viola nas Montanhas é bastante acessível por tudo o que oferece ficando claro que o principal objetivo não é o lucro, mas a divulgação da música feita e tocada com viola.

Edição com homenagem à convidada Inezita Barroso

Para quem gosta de tocar viola, e da vida interiorana, uma ótima pedia. Consulte o site do Braz, mas, se tiver interesse, não demore, pois o evento acontece agora em janeiro e, como ocorreu com a primeira turma, deve lotar também a segunda (e última) deste início de ano.

Aos amigos músicos, lembro que o Braz da Viola também é luthier e constrói violas de qualidade, para todos os gostos. Quem tiver interesse em conhecer, dê uma passada no site.

Finalizo deixando uma abraço ao Braz e ao Fred e Viviane, donos da Pousada São Francisco, que me receberam tão cordialmente. E para quem tem animal, a pousada não se incomoda em receber seu(s) cachorro(s).

domingo, 4 de novembro de 2012

O Carrefour da Conselheiro e o consumidor otário

Ao longo da vida tenho buscado me pautar pelo bom-senso que, como dizia Descartes, é o que do mundo existe melhor dividido (Discurso do Método), porém, algumas situações passam do limite, como essa que passo a comentar agora, e não tem jeito: tem de se fazer algo ou, no mínimo, divulgar.

Quem mora aqui em Santos, conhece o Carrefour da Conselheiro Nébias (ex-Eldorado). Como moro aqui perto, região repleta de moradores, nada mais óbvio que, em vez de pegar o carro e se deslocar para outros supermercados, a gente compre aqui perto mesmo. Porém, duas situações me incomodam profundamente quanto a esta unidade do Carrefour, e passarei adiante a comentá-las.


Primeiramente, declaro minha consideração por esta rede, pois, como trabalhei longos anos no varejo em São Paulo (Commerce Desenvolvimento Mercantil, Lojas Brasileiras, Still Eletrônicos etc.), lembro-me da primeira loja da rede, salvo engano, que foi no bairro ao lado de onde eu morava, logo após o Viaduto da Vila Maria, junto à Marginal Tietê (São Paulo). Igualmente, o seu critério de trabalho e preço que, na época, foi uma revolução em termos do que existia exigindo da concorrência um novo padrão de preço e atendimento.

Quanto a esta unidade daqui de Santos, próxima à praia, a primeira situação que me incomoda é o estado de sujidade das cestinhas plásticas, visto que não uso o carrinho deles, para compras maiores, levo o meu próprio, mas o carrinho grande se encontra na mesma situação: são muito sujos. Pior, para quem já andou vendo reportagens, verdadeiras fontes de contaminação. Por si só, ainda que higienizados, por serem de ampla e diversa utilização, já ofereceram riscos. Agora, se você não lavar, se deixar restos de ovos, de produtos de hortifruti, de produtos químicos que caem das embalagens, aí fica difícil. É ampliar, e muito, a possibilidade de contaminação. Tem de lavar, constantemente, e ir retirando aquelas que estão visivelmente sem condição. Tanto é que não faço mais compras usando carrinhos ou cestinhas cedidas por eles.


Já reclamei por três vezes. Cansei. Vou tentar denunciar agora para a semana. Se vou obter resultado, não sei, mas vou fazê-lo.

O outro ponto é quanto a marcação dos preços. Aí, sim, me perdoe a alta administração do Carrefour, mas não a desta unidade em específico: vocês estão pensando que o consumidor santista (e o turista) são otários. 

Com a estabilidade da moeda, os supermercados brigaram e optaram (como no caso das sacolinhas) em não marcar os preços individualmente. Ou seja, pararam como o clac-clac da etiquetadoras e começaram a marcar os preços nas bordas de gôndolas, com uma etiqueta maior.

Ocorre que, primeiramente, a quantidade de produtos sem preço é enorme, e o consumidor que quiser saber o quanto está pagando, que fique circulando pelo mercado, junto à algumas pontas de gôndolas existem leitores de barra que, parte deles, não funciona. Segundo NÃO SE RESPEITAM OS PREÇOS MARCADOS. Nessa unidade, têm-se "alguns hábitos" que somente posso chamar de má-fé: acaba-se um produto da promoção, põe-se outro no mesmo lugar (parecido, mesma marca), mantêm- o preço, e deixe por conta do consumidor (presta atenção, otário!).

E pior, como ocorreu hoje, duas vezes (no pouco que conferi), existe um preço na gôndola, trata-se efetivamente daquele produto, naquele peso e/ou medida, e no caixa registra mais caro. Óbvio que o consumidor preocupado em embalar e colocar as compras no carrinho deixa passar a quase totalidade disso despercebido.


E pior, existem cartazes de preço com produtos em promoção feitos à mão, por cartazistas (isso mesmo, cartazes de preço) e no caixa cobra-se o preço cheio, aliás, nesses casos, bem cheio mesmo. 

O pessoal local reclama que a situação complica principalmente nas férias e feriados e, como se dizia antigamente, onde tem fumaça tem fogo. Agora, se o consumidor é local ou turista, isso é indiferente, pois se trata de um cidadão brasileiro que recolhe seus impostos, arca com seus deveres e não deve, ou não pode, ser lesado, principalmente por empresas de grande porte que, a princípio, considera-se séria.


Se tal fato tivesse acontecido uma vez ou duas, ainda vai lá, se ninguém tivesse avisado (como já o fiz por mais de cinco vezes, além de outros que já presenciei), pode-se se considerar até descuido, porém, não me venham com conversa fiada, pois é fato constante, prática habitual desta unidade. Sei como funciona os critérios de avaliação dos funcionários e que os responsáveis por cada setor tem o compromisso diário, e contínuo, tanto de reabastecer as gôndolas quanto da remarcação dos preços (e as margens de lucro são checadas), e o gerente da loja tem a responsabilidade de fiscalizar. Ué, de reabastecer ninguém esquece, porém, de acertar os preços, retirar cartazes... acarretando erros sempre contra o consumidor, nunca ao contrário.

Sei que os gerentes das unidades são medidos por resultados, mas, camaradas aqui do Carrefour Conselheiro Nébias, por ser servidor federal, de órgão de defesa da classe menos favorecida, estou buscando denunciá-los aos órgãos competentes nesta semana. Se vai dar em alguma coisa, não sei, mas inicio a campanha a um grupo de amigos formadores de opinião, que aí está, para ver se algo muda.

Portanto, avisamos: CONSUMIDOR DO CARREFOUR CONSELHEIRO NÃO É OTÁRIO.